segunda-feira, 6 de julho de 2015


Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.

Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. (...)

Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Paquera X Tecnologia


Eu, Michelle Neves, fui corrompida (corrompida = curiosa) a baixar alguns aplicativos de paquera, logo eu, que sempre disse que isso era coisa para pessoas desesperadas, estava em três desses aplicativos no meu celular.

Baixei, Tinder, Adote um Cara, Happn e se alguém me falasse mais algum, eu baixaria também, tava baixando tudo (menos as calças, não se assustem).
E o que eu tenho a dizer sobre eles? Que são um SACO, e para pessoas que tem preguiça de gente, é um saco em DOBRO.
O Adote Um Cara, não ficou nem uma semana no meu celular, eu realmente fiquei um pouco assustada com os caras que tinham lá, pareciam que tinham acabado de sair da cadeia, e fazia uns 10 anos que não viam mulher.
O Tinder, ficou comendo a minha bateria por uma semana e meia, eu até gostava dele, dava para se divertir com as descrições de alguns caras, como por exemplo: "Sou solteiro, moro em um apartamento legal e não gosto de mulheres acima do peso.", "Se você não quer nada sério, só esta afim de curtição, favor não me mandar likes.", "Sou casado, só estou afim de curtição, se você gosta de uma safadeza me manda um like.". O Tinder realmente te garante boas risadas...Agora bons papos...são outros 500.
Você vai lá, da um like no cara, o cara corresponde o like e aparece "Você e fulano combinaram", e de repente você se vê em um abismo virtual, porque o Fulano não fala com você. E quando fala não passa de um "oi, tudo bem?", são raros os casos, que a pessoa vai parar no seu Whatsapp, para um papo. Depois de uma semana e meia consumindo minha bateria, eu sai. (Se eu já não sou muito paciente para caras sem assunto pessoalmente, imaginam virtualmente?).
E fiquei mais um tempinho no tal do Happn, que tem o mesmo defeito do Tinder: A falta de comunicação!
Várias vezes eu me questionei, o que as pessoas estavam fazendo em um aplicativo de relacionamento, se nem ao menos conversavam? Eu e minha loirece não conseguiram entender!
Homens, do meu Brasil Virutal, entendam: NÃO É PORQUE MANDAMOS UM LIKE QUE QUEREMOS CASAR COM VOCÊ!
As poucas pessoas que sabiam da minha existência nesses aplicativos, me questionavam o porque eu tinha entrado nessa e a resposta era tão simples e automática: "As pessoas hoje em dia não sabem paquerar." (eu também não sei paquerar, mas isso vai para um outro texto).

Bom, como tudo agora é virtual, eu pensei: "Porque não tentar né, vai que atrás de uma tela de celular a pessoa consegue conversar." Mas eu pensei errado...(estou até pensando em voltar a ser morena, porque os fios loiros não estão ajudando muito.)

Saudade da minha época de escola, que os carinhas chegavam nas amigas para dizer: "Ow, agita sua amiga pro meu amigo? Ele tá muito na dela." e de quebra o amigo cúpido ainda conseguia umas bitoquinhas na amiga que conseguiu fazer um "esquema".
Pois é, meus amigos Solteiros, o conselho que eu posso dar para vocês é: Paqueram! Flertam! Piscam! Sorriam! Vivam!!!! 
Faça o que quiser, mas vamos viver no mundo real, que é muito mais gostoso do que ficar distribuindo Likes no celular, enquanto aquele gatinho ou aquela gatinha interessante, está a umas duas estações olhando para você no metro e você com o seu celular, mandando likes nem Tchum! para a pessoa real ali ao seu lado.

Neves, Michelle 

Fraqueza

Quando você encontra alguém que te faz sonhar não é fraqueza sentir saudades, se declarar e fazer papel de “boba”. Fraqueza é fugir do se...